Sonho
Sonho
Um café cheio de gente.
Um compromisso para ir ao médico.
Chego atrasada por algo que me transcende. Por muitas coisas a acontecerem no café. Por um acidente de carro.
Conheço várias pessoas noutro dia, nesse mesmo café.
Mantemos a distância por causa do vírus.
Conheço uma rapariga novinha, no meio de tantas outras pessoas novas.
Recebo um e-mail/uma carta a dizer que eu não poderia receber uma determinada quantia do seguro médico porque uma rapariga chamada zoe quase morreu por minha causa, porque eu cheguei atrasada àquela consulta médica. Dessa forma ela quase que perdeu o tratamento para uma contaminação alimentar.
Fiquei chocada sem perceber como eu podia influenciar tanto a vida de outra pessoa. E porque no dia em que ela teve a contaminação alimentar eu conhecia, naquela ida ao café.
As acções de cada pessoa tem de facto influência nas outras pessoas. Porque uma ação tem uma reação. Porque somos apenas um organismo a mover-se, a ser. Há uma profundidade mágica neste vírus que toca todas as pessoas deste mundo. Toca, não só fisicamente, mas também de uma forma uniforme e especificamente a cada um@ de nós. Toca de forma profunda, mesmo que muitas pessoas teimem em ignorar, em se revoltar, em panicar, em evitar, em identificar com todas as emoções que surgem da presença de um vírus.
Um vírus, um ser tão pequeno, invisível a olho nu, com uma influência mundial.
O invisível que torna tudo visível.
Tudo!
Todos os hábitos humanos.
Toda a beleza humana.
Toda a negritude humana.
Toda a destreza humana.
Toda a capacidade adaptativa humana.
Toda a resiliência humana.
Todo o cuidado do corpo não só individual, mas também colectivo.
Como prevenção, cura ou tentativa de cura e de alguma forma, na manutenção e apaziguamento de sintomas físicos não tão agradáveis.
São tempos de revelação.
Revelação de que estamos neste corpo e que podemos escolher aqui continuar ou não, cuidando-o ao notar e respeitar que cada ação minha tem uma influência não só em mim, mas também em tod@s que me rodeiam.