Fazer sem necessidade de aprovação

05-01-2019

Querer ter aprovação de outra pessoa - querer ser aceite, querer ter um aplauso ou um julgamento favorável.

Será isto assim tão importante?

Quantas vezes te vês a hesitar nas escolhas que, na verdade já as fizeste, porque sentes bem fundo que é essa a escolha a fazer, porque começas a pensar no que as outras pessoas vão pensar de ti, da tua escolha? Será que essa é a realmente a fórmula ideal para uma escolha ser feita?

Não me parece! Na verdade, não há qualquer fórmula no momento de uma escolha; não há uma lista de prós e contras de uma ou várias escolhas que façam alguém seguir o caminho certo. Apenas há intuição, impulso não pessoal e um verdadeiro e misterioso direccionamento num caminho que é mais importante do que o lugar de chegada.

No dia 27 de Dezembro, finamente segui o meu coração e agi após uma escolha feita há tempos atrás: cortei o cabelo, não com máquina zero, mas com máquina 3!

Se se lembram, no texto que partilhei em Outubro passado, o desejo estava lá, mas o medo também.

Mas o que quero eu seguir: o medo ou um desejo profundo de mudança?

E assim foi, com a ajuda da minha amiga Lotte, no primeiro dia de um retiro de fim de ano, cortei o cabelo.

Foi tão fácil, simples e de um resultado rápido e mágico.

Porque não foi um impulso desvairado, porque a ideia cresceu em mim, porque não o fiz por reacção, porque não pedi a opinião a ninguém, porque aceitei a resposta do meu marido quando lhe disse que o ia fazer, mesmo não sendo uma de apoio à minha decisão, porque eu queria cortar o cabelo e não pensei em reacções futuras seja de quem for, mal cortei o cabelo e olhei ao espelho vi apenas beleza e consistência.

Beleza exterior, beleza extremamente feminina, coragem, força e determinação, confiança e profunda alegria e expansão.

Para mim, foi uma surpresa não hesitar nem um segundo quando a máquina cortava todos os pedaços grandes e pequenos de cabelo. Foi uma surpresa adorar o resultado - olhando-me ao espelho, agora, vejo tanto mais do que anteriormente. Foi uma surpresa sentir-me tão feminina. Foi uma surpresa ver a reacção de alegria e apoio das mulheres. Foi uma surpresa ver a reacção de espanto e de poucas palavras dos homens. Foi uma surpresa a inspiração que este acto teve noutras mulheres.

Sim, cortar o cabelo tão curto é algo que pode ser chocante, pois é diferente, mas no final, cortar o cabelo tão curto, é mais do que cortar o cabelo, é apenas agir de coração, sem ouvir as vozes de dúvida que vêm de mim e dos outros e as de necessidade de aprovação dos outros e de mim própria.

Porque afinal, o que é essencial? Aquilo que nos move, que nos é intrínseco e natural (AMOR, ESSÊNCIA PROFUNDA, EMCORPORAMENTO DA REAL MANIFESTAÇÃO FÍSICA DE ESPÍRITO, CONSCIÊNCIA, DEUS, DEUSA) ou tentar manter ideias de como as coisas ou as pessoas devem ser?

Deixo-vos a pergunta: o que sentes o impulso profundo para fazer, mas que te tens limitado ou ignorado até hoje?


Vê o vídeo aqui

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Encontrei este artigo que adorei: as 19 coisas que as mulheres que rapam o cabelo não querem ouvir - hilariante!

Uma outra perspectiva sobre rapar o cabelo, aqui.

Queria só partilhar também que entreguei um pouco do meu cabelo entrançado em manjerona, com um toque de calêndula no altar do retiro, um pequeno pedaço no local sagrado do feminino/masculino aqui no nosso terreno e no lugar sagrado da ancestralidade no nosso terreno também.